O Estacionamento Rotativo de Pelotas está completando cinco anos. O sistema que veio para organizar o trânsito e o estacionamento, acalmou o tráfego e trouxe mais clientes para o centro da cidade, que antes viam dificuldades em estacionar. Agora, o objetivo é expandir a área e aumentar o número de vagas.

A proposta é de que 120 vagas sejam devolvidas desde a rua Doutor Cassiano até a avenida Bento Gonçalves. Essas vagas foram retiradas pelas obras dos corredores de ônibus nas ruas General Osório e Marechal Deodoro, e pela colocação de parklets em outras vias. A expectativa é de que até o final deste ano a expansão esteja pronta.

Em 2017 foi feita uma solicitação à Sertell Soluções de Segurança e Mobilidade Urbana, responsável pelo sistema, para que pudesse ser feita uma expansão da área destinada ao Estacionamento Rotativo. De acordo com Flávio Al Alam, secretário de Transporte e Trânsito, em maio deste ano uma nova solicitação foi realizada e a Sertell estuda os custos, já que, para isso, novas placas e parquímetros deverão ser produzidos, entre outros equipamentos. Flávio acredita que a resposta deve ser dada ainda neste mês. Com um "sim", eles partem para a execução, que deve demorar aproximadamente três meses para ser finalizada.

Opinião sobre o sistema
"É um sucesso." Essa é a visão do secretário, que não tem dúvidas de que o Estacionamento Rotativo deu certo na cidade. De acordo com ele, outras cidades consideram o modelo implantado em Pelotas como um exemplo a ser seguido. Vinte e seis por cento do que é arrecadado com o sistema é aplicado pela prefeitura em ações de mobilidade urbana. Assim, há um investimento na sinalização de trânsito, como a realização de pinturas e novos semáforos.

O aposentado Luis Carlos Viscardi, 72, considera ótimo o Estacionamento Rotativo. Ele utiliza muito e não sente falta do modelo antigo e, mesmo precisando pagar, afirma que é "uma facilidade maior". O único problema ressaltado por Luis é o fato de as ruas que não possuem o sistema lotarem, já que não é necessário pagar para estacionar.

Por outro lado, Guilherme Cruzeiro, 33, vê o Estacionamento Rotativo como um problema. Ele administra um estacionamento na rua 15 de Novembro desde 2003, no centro da cidade. O fluxo de pessoas que utilizam a garagem vem diminuindo e isso prejudica bastante. Antes, o estacionamento contava com cinco funcionários e hoje apenas com dois. "Complicou bastante", disse.

Fiscalização
A fiscal Lara Medeiros conta que, mesmo após cinco anos, algumas pessoas ainda reclamam do sistema. Isso porque pagam e não recebem o que desejam: a segurança dos veículos. Mas Lara explica que os fiscais não têm como cuidar de cada veículo estacionado, apenas realizam a inspeção e conferem os tíquetes. Alguns ainda esquecem de colocar os tíquetes, principalmente aos sábados. De acordo com a fiscal, muita gente esquece que o Estacionamento Rotativo funciona até as 13h no sábado.

Existem duas formas de fiscalização: as monitoras, que emitem os avisos de irregularidade, e por parte dos agentes de trânsito, que podem multar. Os avisos são do tipo NI (Não Identificado), quando o tíquete não foi colocado, no valor de R$ 12,82; e TPU (Taxa de Pós-Utilização), quando o horário do tíquete venceu e outro não é colocado. Os agentes de trânsito consideram as mesmas condições de monitoramento, a diferença é que podem emitir multas. Isso infere cinco pontos na Carteira de Habilitação e o valor de R$ 193,25. O veículo ainda pode ser guinchado.

Os avisos são cumulativos, ou seja, além de estar sujeito a multa e guincho, o veículo tem seu cadastro no sistema registrado com o acúmulo de avisos sem pagamento. Além disso, é importante retirar a segunda via do tíquete, que comprova o pagamento. Caso algum incidente aconteça, como o furto do carro, o cidadão pode ir à prefeitura, comprovando que seu veículo estava estacionado na zona de Estacionamento Rotativo, para solicitar providências.